Após autorização da Justiça do Paraná, Eduardo Cunha será transferido para o Rio de Janeiro para cumprir pena
Cunha foi preso em 2016e cumpre pena em Curitiba por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
A
Justiça Federal do Paraná autorizou a transferência do ex-deputado e
ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha para que ele possa cumprir a pena em um
presídio do Rio de Janeiro.
A decisão foi publicada no
sistema da Justiça na tarde desta quarta-feira (29), às 15h43, pelo juiz
Ronaldo Sansone Guerra, e não detalha em qual presídio Cunha ficará detido.
O ex-presidente da Câmara está
preso em Curitiba desde outubro de 2016. Ele foi condenado
por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas a 14 anos e seis
meses de prisão.
O Departamento Penitenciário do
Paraná (Depen-PR) informou que a escolta será feita pela Polícia Federal (PF),
mas que não tem previsão para que isso aconteça.
No início de abril, a juíza
Luciani Maronezi, da 2ª Vara de Execuções Penais de Curitiba, pediu que as
autoridades do Rio de Janeiro fossem consultadas para saber se havia vagas
disponíveis para receber Cunha.
Na quinta-feira (23), a Justiça
do Rio de Janeiro tinha aceitado o pedido de transferência, mas ainda dependia
da decisão da Justiça do Paraná.
"Considerando a informação
de mov. 225.1 e o exarado na decisão retro (seq. 209.1), a transferência
requerida não causa prejuízo à execução penal e contribui para ressocialização
do sentenciado/requerente, circunstâncias que preponderam relativamente a
eventual dano que possa decorrer de influência política e social do
sentenciado", disse o juiz ao decidir pela transferência.
Em nota, a defesa de Cunha disse que
"a decisão é justa e adequada ao preceitos legais e constitucionais".
MP-PR é contra transferência
Na sexta-feira (24), o Ministério Público do Paraná
(MP-PR) reiterou que é contra a transferência de Cunha para
um presídio do Rio de Janeiro.
O promotor Carlos Alberto
Hohmann Choinski justificou o indeferimento da transferência em razão da
influência política de Cunha que, segundo ele, acarretou na prática dos crimes
pelos quais o ex-deputado foi condenado.
Em Curitiba, ainda conforme o
MP-PR, a influência política de Cunha é "bem menor" em relação ao Rio
de Janeiro ou Brasília. "Assim, prevenirá ou ao menos dificultará a
prática de novos crimes contribuindo para apropriada execução da pena e
ressocialização progressiva do condenado", destacou o promotor.
STF nega anulação de pena
Em abril, a Segunda Turma do Supremo Tribunal
Federal (STF) negou, por unanimidade, anular a pena de lavagem de dinheiro imposta
ao ex-presidente da Câmara dos Deputados.
Os advogados argumentavam que,
em razão do mesmo ato, Cunha foi condenado por corrupção passiva e lavagem.
Mas, na avaliação de todos os ministros da turma, as instâncias inferiores
consideraram que há provas do cometimento dos dois crimes.
Tanto o ex-juiz Sérgio Moro
quanto o Tribunal Regional Federal da 4ª Região consideraram que havia provas
que ele recebeu propina e tentou mascarar a legalidade dos valores, mandando
para contas no exterior, em razão de uma negociação para exploração de um campo
de petróleo na República de Benin pela Petrobras.
Nenhum comentário