Após brecha que permite qualquer cidadão comprar fuzil, Bolsonaro avalia alterar decreto das armas
Informação foi passada pelo porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros, que disse que esse é um dos pontos que pode ser ajustado pelo presidente.
O presidente Jair Bolsonaro avalia alterar decreto das armas Foto: ADRIANO MACHADO / REUTERS |
O porta-voz da Presidência, Otávio
do Rêgo Barros , afirmou nesta terça-feira que o governo avalia fazer
mudanças no decreto que flexibilizou o uso e a compra de armas e munições, entre elas no ponto que permite a qualquer cidadão
comprar um fuzil .
— Esse é um dos aspectos que está sofrendo
avaliação por parte do presidente, junto com a nossa assessoria jurídica da
Casa Civil, para a partir dessa reavaliação ajustar ou não o decreto, dentre
outros temas — declarou.
Até agora, segundo
definição estabelecida pelo Exército em 2000, poderia ser considerada de uso
restrito a arma que disparasse projétil com energia de lançamento acima de 407
joules. No novo decreto, assinado há duas semanas por Bolsonaro, o limite foi
ampliado para 1.620 joules.
Rêgo Barros disse não ter
autorização para apresentar que outros itens estão sob análise da Casa Civil e
posteriormente passarão pelo crivo de Bolsonaro.
— As propostas que nós
recebemos são positivas e vem ao encontro da percepção do governo de que é
dialogando que se vence determinados obstáculos — acrescentou.
Ainda de acordo com o porta-voz, o ministro da
Advocacia-Geral da União (AGU), André Luiz Mendonça, se encontrou a ministra
Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), para tratar do decreto,
questionado na Corte em uma ação apresentada pelo partido Rede.
Ele afirmou à magistrada
que vai pedir pra ampliar o prazo, que acaba nesta quarta, para o presidente e
o ministro Sergio Moro, da Justiça e Segurança Pública, apresentarem
explicações sobre o decreto. Até o momento, o requerimento não foi protocolado
no tribunal.
Em nota, a AGU confirmou
que pedirá a prorrogação do prazo ao Suprmeo, para "possibilitar que
as manifestações a serem apresentadas ao STF já contemplem possíveis revisões
no Decreto 9.785/2019".
As alterações levariam em
conta estudos realizados pelo próprio órgão, pela Subchefia de Assuntos
Jurídicos (SAJ) e pelas consultorias jurídicas do Ministério da Justiça e da
Defesa, "em função dos questionamentos sobre a constitucionalidade do decreto".
Embora a área técnica da
Câmara tenha considerado o projeto inconstitucional, o presidente da Casa,
Rodrigo Maia (DEM-RJ), tem segurado a pressão de deputados que tentam
derrubar o decreto de forma integral. O deputado prefere que o
próprio governo faça alterações no texto.
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