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Bolsonaro participou nessa quinta da ‘Marcha Para Jesus’ em São Paulo, e diz que tenta a reeleição se o povo quiser.


Político foi o primeiro presidente da República a participar do evento promovido por igrejas evangélicas e recebeu bênçãos de lideres religiosos.


Foto: NACHO DOCE / REUTERS

Ao participar da Marcha para Jesus, em São Paulo, nesta quinta-feira, o presidenteJair Bolsonaro disse que vai tentar a reeleição em 2022 se o governo não conseguir aprovar uma boa reforma política e "se o povo quiser". Durante os discursos, alguns líderes religiosos indicaram que endossam a proposta. O apóstolo Estevam Hernandes, da Igreja Renascer em Cristo, que organiza a marcha, disse que é "hiper favorável" à reeleição. Já Cesar Augusto, presidente da Igreja Apostólica Fonte da Vida, disse que pretende ver Bolsonaro no evento "por mais oito anos".
— Se tiver uma boa reforma política eu posso até jogar fora a possibilidade de reeleição. Agora, se não tiver uma boa reforma política e se o povo quiser, estamos aí para continuar mais quatro anos — afirmou o presidente, em uma rápida coletiva de imprensa.
Estevam Hernandes disse que seria "hiper favorável" à reeleição, se a agenda reformista do governo for bem sucedida.
— Ainda temos muitas coisas para acontecerem. Mas o nosso desejo é que o Brasil dê certo, que o governo dele (Bolsonaro) dê certo. Como ele falou, se as reformas acontecessem, seria muito importante uma reeleição. Eu seria hiper favorável se isso acontecesse — disse o apóstolo da Resnacer em Cristo, que conta com cerca de 500 igrejas espalhadas por Brasil, Europa e Estados Unidos.
Bolsonaro já havia falado sobre reeleição mais cedo. Durante evento em Eldorado, cidade do interior de São Paulo onde passou parte da infância,declarou que "lá na frente", todos votarão nele. Na campanha presidencial, no entanto, ele chegou a defender o fim da disputa do segundo mandato.
O presidente foi apresentado no palco principal da Marcha sob gritos de "Mito" e aplausos. Mas o apoio dos evangélicos ao seu nome não é uma unanimidade. Pode-se ouvir vaias quando ele apareceu nos telões espalhados pela Praça Heróis da FEB, na Zona Norte de São Paulo.
No palco, ele recebeu uma bênção do apóstolo Cesar Augusto, presidente da Igreja Apostólica Fonte da Vida:
— As mudanças já começaram. Eu tenho certeza que o senhor vai fazer a marcha por mais oito anos. O senhor é um homem de Deus. Com coragem de declarar Deus acima de todos.
Ao discursar para o público, vestindo uma camiseta branca da marcha, Bolsonaro disse que o país enfrenta problemas de "ética, moral e de economia", agradeceu as "orações" que recebeu enquanto se recuperava das facadas e declarou que a "verdade" sempre foi a primeira vítima da política.
— Todos sabem que nosso país tem problemas seríssimos de ética, moral e de economia. Mas entedemos que podemos reverter isso, podemos ser o ponto de inflexão e fazer com que o Brasil realmente um dia seja colocado no lugar de destaque que ele merece — afirmou Bolsonaro.
— Quem achava que sucumbiríamos logo no início, perdeu. Nós temos a verdade e o povo maravilhoso ao nosso lado, que são vocês. Não mais amigos agora, irmãos.
Líderes religiosos avaliam que a proximidade com Bolsonaro é importante para a defesa de suas pautas de costumes, temas também defendidos pelo presidente, como críticas contra o aborto e contra a descriminalização das drogas.
Os evangélicos, cerca de 30% da população brasileira, tiveram papel importante na eleição de Bolsonaro. No início de governo, no entanto, lideranças reclamavam de falta de espaço e interlocução com o governo. Nos últimos três meses, Bolsonaro tem tentado reverter essa percepção. A Marcha para Jesus foi  o quinto evento religioso de que o presidente participou nos últimos três meses.
— O fato de ele se declarar cristão é um incentivo. Ele se considera irmão de todos. Então isso cria uma afinidade muito grande. É a expectativa que todos temos é de uma pessoa cristã conduzindo os destinos da nação — disse Hernandes.
 Foto: MIGUEL SCHINCARIOL / AFP


Religião e política

Os fieis que acompanhavam a marcha demosntravam apoio ao presidente:
— Eu votei no Bolsonaro, mas não estou vindo por causa dele, não. É mais pela minha fé — disse o programador Antônio Marcos Paris, de 49 anos, que vem há 26 anos à Marcha Para Jesus.
A mesma opinião é compartilhada por Sabrina Souza, dona de casa de 40 anos, que faz parte do público do evento desde 1999.
— É um cara que vai tentar fazer um Brasil melhor — diz ela sobre o presidente. — De qualquer forma, eu viria de qualquer jeito, com ou sem ele.
A administradora Priscila Linhares, de 34 anos, veio do Rio de Janeiro só para o evento. Ela diz gostar do clima encontrado entre os fiéis por "não haver bagunça, confusão e brigas".
— A Marcha tem um clima muito positivo. A religião é primordial na vida das pessoas. Ela me traz esse equilíbrio no meio do desespero — diz ela, ao lado da filha de 17 anos.
O "clima bom" também é destacado por Talita Gomes, economista de 40 anos. Ela veio à Marcha com Levi Vanderley, seu marido, e os dois filhos.
— Está todo mundo no mesmo espírito. Eu saí de casa para celebrar Cristo. É um dia que você pode sair às ruas e agradecer. A religião é um dos pilares que fazem você se manter equilibrado, é isso que eu sinto — diz a economista.
Organizada pela igreja Renascer em Cristo, comandada pelo apóstolo Estevam Hernandes, a marcha tem o apoio das maiores igrejas pentecostais, como Assembleia de Deus e Universal do Reino de Deus. A estimativa de público dos organizadores é de 3 milhões de pessoas.



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