Por decisão judicial, Bolsonaro pede desculpas a Maria do Rosário em rede social
Segundo
o Bolsonaro, as declarações feita a deputada ocorreu devido o calor do momento.
Contexto da fala
O presidente JairBolsonaro publicou
nesta quinta-feira uma nota de retratação com um pedido de desculpas à
deputada Maria
do Rosário (PT-RS), no seu perfil no Twitter. Ele atendeu
a uma determinação judicial por ter dito na tribuna da Câmara, em 2014, que não
estupraria a parlamentar porque ela não merecia por ser "muito feia".
Em decisão publicada
no último dia 23 de maio, a juíza Tatiana Medina, da 18ª Vara Cível de
Brasília, determinou que o Bolsonaro pagasse, em até 15 dias
úteis, uma indenização de R$ 10 mil por danos morais à parlamentar e veiculasse
uma nota de retratação , sob pena de multa diária. O prazo
começou a contar no dia seguinte e venceu nesta quinta.
"Em razão de
determinação judicial, venho pedir publicamente desculpas pelas minhas falas
passadas dirigidas à Deputada Federal Maria do Rosário Nunes. Naquele episódio,
no calor do momento, em embate ideológico entre parlamentares, especificamente
no que se refere à política de direitos humanos, relembrei fato ocorrido em
2003, em que, após ser injustamente ofendido pela congressista em questão, que
me insultava, chamando-me de estuprador, retruquei que ela 'não merecia ser
estuprada'", diz o início do texto.
Na nota, o presidente ainda aproveitou "o ensejo"
para manifestar seu "integral e irrestrito respeito às mulheres".
Apesar do pedido de desculpas, ele fez um relato reafirmando seu argumento de defesa, de que fez a declaração em meio à defesa de vítimas de estupros, "tendo sido esta sempre uma luta constante nos meus anos de parlamentar". Bolsonaro foi deputado federal por sete mandatos consecutivos, por 28 anos.
Apesar do pedido de desculpas, ele fez um relato reafirmando seu argumento de defesa, de que fez a declaração em meio à defesa de vítimas de estupros, "tendo sido esta sempre uma luta constante nos meus anos de parlamentar". Bolsonaro foi deputado federal por sete mandatos consecutivos, por 28 anos.
"Relembro que na
ocasião inicial em que ocorreram os fatos ora tratados, eu havia acabado, (sic)
justamente de, no plenário da Câmara dos Deputados, defender uma pena mais
severa aos autores de estupro e crimes contra a dignidade sexual, relatando o
notório caso envolvendo o criminoso "champinha", cuja atrocidade
cometida teve repercussão nacional, tendo em vista este sujeito ter estuprado
uma mulher a assassinado covardemente o seu namorado", apontou.
Em seguida, ele
listou feitos referentes às mulheres desde sua posse como presidente,
argumentando que "o protagonismo" do evento foi feminino
--"tendo a Primeira Dama (sic) discursado antes mesmo do Presidente, com a
naturalidade que tratamos essas questões em nossas vidas".
Ainda de acordo com a
nota, Bolsonaro reforçou nos primeiros meses de governo a Lei Maria da Penha,
permitindo a adoção de medidas protetivas de urgência para mulheres ou a seus
dependentes, em casos de violência doméstica ou familiar (Lei 13.827/19).
"Essas são algumas das nossas ações em tão pouco de governo em prol das
mulheres e meninas do nosso país. Reitero, portanto, que as mulheres
brasileiras constituem uma prioridade de meu governo, o que tem sido e será
sempre demonstrado através de ações concretas", concluiu.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) June 13, 2019
Contexto da fala
A nota foi
escrita pelo próprio presidente e por sua advogada, Karina Kuffa, no início
desta semana, mas só divulgado no prazo final estipulado pela Justiça,
nesta quinta-feira. O conteúdo do texto, no entanto, já vinha sendo discutido
desde a semana passada.
Segundo
Karina, Bolsonaro reagiu com tranquilidade à decisão de se retratar, mas quis
que o texto servisse também para dar o contexto das declarações.
- Decisão
tem que cumprir. Para ele, foi tranquilo isso. Fizemos uma nota para retirar a
fala e esclarecer o contexto do que de fato ocorreu para que haja
informação adequada ao cidadão. Ele não falou aquilo de forma aleatória.
Falou dentro de um contexto e dentro de uma agressão que ele recebeu da Maria
do Rosário. A intenção dele jamais seria de agredir qualquer mulher - disse a
advogada.
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