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Índios Waiãpi afirmaram que invasores usaram armas de ‘grosso calibre’ para atacar, disse Funai em relatórios.


Há tempos os índios e os garimpeiros da região vêm entrando em conflito por terras que pertencem aos indígenas.

Índios Waiàpi

Relatórios de servidores da Fundação Nacional do Índio (Funai) sobre a invasão das terras indígenas Waiãpi (AP) afirmam que cerca de 15 invasores passaram uma noite na aldeia Yvytotõ de forma "impositiva" e "de posse de armas de fogo de grosso calibre".
                                         
O documentos, ao quais o blog teve acesso, são intitulados "Esclarecimento acerca das invasões na Terra Indígena Waiãpi" e foram enviados à presidência da Funai neste sábado (27). O site do jornal "Folha de S.Paulo" também publicou trechos dos relatórios.

"De acordo com o apurado pela equipe, por meio de diálogos com os indígenas Waiãpi na aldeia Aramirã, os invasores estariam nas imediações da aldeia Yvytotõ, se aproximando durante a noite e pernoitando na aldeia, de forma impositiva aos indígenas", informa primeiramente o documento.

"Estes, por sua vez, estão se concentrando na aldeia Mariry, aproximadamente 40 minutos de caminhada da Yvytotõ, inclusive com indígenas de outras aldeias aderindo à movimentação. Com relação ao quantitativo de não-índios, estima-se entre 10 a 15 pessoas, de posse de armas de fogo de grosso calibre”", completa o relatório.

Os servidores João Benedito Vilhena dos Santos e Paulo Artur dos Santos Negreiros assinam os documentos e afirmam que a equipe "orientou aos indígenas que evitassem qualquer tipo de aproximação com os não-índios, evitando conflitos e acirramento de ânimos".

Os relatórios foram escritos às 11h09 e às 19h34 deste sábado (27) e apontaram "iminente conflito", "clima de instabilidade", além de "tensão bastante alta e exaltação na região".

"A situação é de iminente conflito e o clima de instabilidade e tensão estão bastante elevados. Em virtude disso, os indígenas solicitam auxílio da Funai e acionamento de órgãos policiais para investigação das invasões", diz um dos documentos.

Em relação à denúncia apresentada sobre a morte de um índio nos confrontos, o relatório afirma que é preciso mais tempo para o órgão investigar. O Ministério Público Federal do Amapá também realiza apurações sobre o caso.


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