Em Manaus 40 presos são encontrados mortos dentro de presídio. Ministro Sergio Moro combinou com governador intervenção na cadeia. Imagens fortes!
No ultimo domingo (27), uma rebelião havia deixado 15
detentos mortos
Quarenta presos foram encontrados mortos dentro de
cadeias em Manaus nesta segunda-feira (27), informou a Secretaria de
Administração Penitenciária (Seap). Inicialmente, o governo do Amazonas havia
dito que eram 42 mortos.
Na véspera, uma briga
entre presos no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) já tinha deixado
15 presidiários mortos.
A Secretaria de Administração Penitenciária (Seap)
informou que todas as mortes desta segunda tinham indício de asfixia. Elas
ocorreram nas seguintes unidades:
·
Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat) – 25
mortos;
·
Unidade Prisional do Puraquequara (UPP) – 6 mortos;
·
Centro de Detenção Provisória Masculino (CDPM 1) –
5 mortos;
·
Compaj – 4 mortos.
De acordo com a Seap, "neste momento, a
situação está controlada e os presos estão na tranca".
Também nesta segunda, o Ministério da Justiça
informou que vai enviar ao Amazonas integrantes
da Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária. De acordo com o
governo federal, a força-tarefa atua quando há crise no sistema penitenciário –
o objetivo é "controlar distúrbios e resolver outros problemas".
No caso do Compaj, integrantes da Força Nacional de
Segurança Pública já atuam na área externa do presídio desde o massacre que
deixou 56 mortos em janeiro de 2017. A força atua também na estrada onde ficam
as cadeias.
Em
nota, o governo do Amazonas informou que o governador Wilson Lima conversou na
tarde desta segunda com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro.
"Acabei
de falar com o ministro Sérgio Moro, que já está mandando uma equipe de
intervenção prisional para o Estado do Amazonas, para que possa nos ajudar
neste momento de crise e um problema que é nacional: o problema dos presídios.
A qualquer momento a equipe de intervenção do Ministério da Justiça desembarca
no Estado para nos ajudar", afirmou Wilson Lima no comunicado.
No domingo, uma briga entre detentos dos pavilhões
3 e 5 do Compaj terminou com 15 mortos.
Segundo o secretário de Administração
Penitenciária, coronel Marcos Vinicius Almeida, a confusão aconteceu durante o
horário de visitação na unidade. As vítimas foram assassinadas asfixiadas ou
perfuradas com escovas de dentes.
"Não foi rebelião. É uma briga de internos.
Nunca havia acontecido mortes durante visitas. Alguns morreram dentro da cela
com as grades trancadas. Eles cometeram os crimes também em frente aos familiares",
afirmou Almeida.
O secretário também disse que não foram registrados
reféns, agentes feridos ou fuga de detentos. Questionado sobre denúncias feitas
por familiares de detentos de que policiais em helicópteros atiraram contra
presos, ele disse que os tiros não foram direcionados a pessoas e serviram
apenas para contenção.
O titular da Seap afirmou que uma investigação foi
aberta para apurar as motivações da briga. "O Estado não reconhece
facções. Estamos investigando o que teria motivado isso. As câmeras internas
registraram todos os crimes e vamos encaminhar as informações à Justiça."
Em nota, o governo do Amazonas informa que
"mesmas medidas serão tomadas em relação às mortes registradas nesta
segunda-feira". "Os resultados destas apurações serão encaminhados à
Justiça. A secretaria também vai adotar medidas disciplinares nos presídios, a
exemplo do que já fez no Compaj."
Massacre em 2017
Em janeiro de 2017, o Compaj registrou rebelião que
resultou na morte de 56 pessoas. Na ocasião, a rebelião durou mais de 17 horas
e foi considerada pelo secretário como "o maior massacre do sistema prisional"
do Estado.
Os mortos eram integrantes da facção criminosa
Primeiro Comando da Capital (PCC) e presos por estupro, segundo o então
secretário de Segurança Pública.
Após aquela crise no sistema prisional, um grupo de
17 detentos chefes de facções foram transferidos do Compaj e do Ipat para um
presídio federal de Mato Grosso do Sul.
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