Oposição bate o pé diz que não votará nada na Câmara até definirem o futuro de Sergio Moro
Isso levará o atraso da votação sobre a liberação do crédito suplementar pedido por Bolsonaro de R$ 248,9 bilhões
Os líderes da oposição anunciaram hoje que irão
obstruir a votação de todos os projetos em tramitação na Câmara.
"Não vamos votar nada até que seja feito algo
de concreto a respeito do ministro Sérgio Moro", anunciou a líder da
Minoria na Câmara, Jandira Feghalli (PCdoB-RJ).
Como "algo de concreto", os partidos de
oposição querem ou uma Comissão Parlamentar de Inquérito ou, no mínimo, a
convocação de Sérgio Moro para explicar as conversas com membros da
força-tarefa da Lava Jato vazadas pelo site "The Intercept Brasil".
A oposição estava negociando com o Planalto para
permitir a votação em plenário, nesta semana, do pedido de suplementação
orçamentária de R$ 248,9 bilhões para pagamento de despesas correntes.
"Vai parar tudo. Só vamos conversar depois.
Primeiro decidiremos entre nós, da oposição, as condições e depois voltamos a
falar de votação", disse o líder do PT, Paulo Pimenta (RS).
O relator do pedido, deputado Hildo Rocha (MDB-MA),
está em pânico com a possibilidade de obstrução da oposição. Segundo ele, nesse
caso será praticamente impossível votar o projeto a tempo no plenário.
Pode votar na comissão, mas dificilmente no plenário.
"O prazo é o próximo dia 15. Se não for aprovado
o pedido, o governo terá que suspender pagamentos de benefícios sociais que
entram como gastos correntes, caso contrário estará descumprindo a chamada
'regra de ouro' da Constituição", disse o relator.
A regra de ouro impede a emissão de títulos da
dívida sem autorização do Congresso para pagar despesas correntes do governo.
Seu descumprimento resultou no impeachment de Dilma Rousseff. Segundo Hildo
Rocha, o problema é que a pauta das sessões plenárias do Congresso (Câmara e
Senado juntos) está trancada por cinco vetos.
Em um acordo com a oposição, seria possível
aprovar um pedido de inversão de pauta para, então, votar a suplementação. Sem
acordo, o jeito seria votar os vetos primeiro, o que gastaria umas cinco
sessões.
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