Americanos criticam o caça da Venezuela e os acusam de ameaça em águas internacionais
Segundo venezuelanos, caça americano invadiu seu espaço aéreo na última sexta-feira.
Em
um novo sinal da crescente hostilidade entre os dois países, o Exército
dos Estados Unidos disse neste domingo que um caça venezuelano seguiu
"agressivamente" um avião Aries II EP-3 da Marinha americana que
sobrevoava o espaço aéreo internacional.
O
governo da Venezuela, porém, afirma que as Forças Armadas do país rechaçaram
"a incursão de uma aeronave de reconhecimento e inteligência dos EUA"
na área de voo do aeroporto de Maiquetía, próximo a Caracas.
O
entrevero entre os dois aviões ocorreu na sexta-feira, no mesmo dia em que o
governo de Donald Trump anunciou que iria impor sanções a quatro altos
funcionários da agência militar de contrainteligência daVenezuela .
No
comunicado divulgado neste domingo, o Exército dos EUA disse que um "caça
de fabricação russa acompanhou agressivamente o EP-3 a uma distância
insegura no espaço aéreo internacional por um período prolongado de tempo,
pondo em risco a segurança da tripulação e a missão do EP-3".
O
avião EP-3, segundo o Exército americano, foi abordado de modo "não
profissional" pelo caça Sukhoi Su-30 sobre águas do Caribe. O Exército
americano disse que "rotineiramente conduz voos multinacionais em missões
de detecção e de monitoramento".
Já o
comunicado do governo venezuelano afirma que a aeronave dos EUA foi detectada
no espaço aéreo do país na manhã de sexta-feira e não informou sua presença às
autoridades locais, o que representou um risco para outros aviões na área. Às
11h33, hora local, dois caças venezuelanos interceptaram a aeronave e ela foi escoltada
para fora do espaço aéreo da Venezuela, acrescentou o texto.
Os
dois aviões não colidiram e ninguém ficou ferido no incidente. As Forças
Armadas dos EUA não deram detalhes da missão do EP-3 e nem disseram onde
exatamente o encontro, segundo sua versão, teria ocorrido.
O
governo Trump tem aplicado pesadas sanções contra indivíduos e empresas
estatais venezuelanos, em um esforço para tirar do poder o presidente
venezuelano Nicolás Maduro, cuja reeleição em 2018 foi considerada ilegítima
pelos Estados Unidos e por mais 53 países.
"O
regime de Maduro continua a minar as leis internacionalmente reconhecidas e
demonstra seu desprezo pelos acordos internacionais que autorizam os EUA e
outras nações a conduzir com segurança voos no espaço aéreo internacional",
afirmou o Exército americano no comunicado. A declaração também criticou a
Rússia, dizendo que o encontro próximo no ar "demonstra o apoio militar
irresponsável da Rússia ao ilegítimo regime de Maduro".
A
Venezuela compra armas russas desde o governo de Hugo Chávez (1999-2013),
depois que os Estados Unidos pararam de fornecer armamentos ao país e também
proibiram que outros países vendessem a Caracas equipamento militar com
componentes americanos.
Desenvolvido
nos anos 1980 pela então União Soviética, o caça Su-30 fez seu primeiro voo em
1989, mas entrou em operação apenas em 1996. Seu design é baseado no Sukhoi
Su-27 , um dos caças de maior sucesso produzidos pela Rússia. No caso
do Sukhoi Su-30 , ele foi usado em operações russas durante a Guerra
da Síria , especialmente para escoltar bombardeiros. Além disso,
participou de ações como a ofensiva na província de Hama, em 2017.
A
Venezuela tem 24 unidades do Su-30, compradas entre 2006 e 2008. Apesar da
grave situação econômica, Maduro não engavetou um plano para adquirir outras 12
unidades. Cada avião tem o custo estimado deUS$ 37,5 milhões.
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