Pedágios vão deixar ida à praia dos mineiros mais cara
Previsão é que os pedágios de Minas até o Espírito Santo chegue até R$ 122.
Foto Samuel Costa/Arquivo Hoje em Dia / |
Ir a Guarapari, no Espírito Santo,
vai custar até R$ 122,10 de pedágio, conforme previsão da Agência Nacional de
Transportes Terrestres (ANTT). O valor diz respeito às 11 praças de pedágio que
serão implantadas ao longo da BR-262, que será concedida à iniciativa privada.
Outros três postos serão instalados na BR-381, sentido Governador Valadares, no
Vale do Aço. Se o projeto for bem sucedido, 673,2 quilômetros (km) de rodovia
serão geridos por quem vencer o certame.
São
esperados R$ 9,1 bilhões em investimentos e R$ 5,6 bilhões em custos
operacionais para os 30 anos de concessão. Entre as principais obras estão
previstas a duplicação de 595,4 km das rodovias, 42,4 km de faixas adicionais e
a construção de 54 passarelas para a sociedade.
A proposta da tarifa básica de pedágio, por praça,
é de R$ 8,54 para pista simples e de R$ 11,10 para pista dupla. A ANTT não
informou quais dos 11 estarão em pista dupla ou simples.
Localização
Sabe-se, porém, que, na BR-381, haverá praças em
Caeté, João Monlevade, Itabira, Belo Oriente e Piriquito. Na BR-262, as
guaritas serão em Manhuaçu, ainda em Minas Gerais, e em Martins Soares,
Ibatiba, Venda Nova dos Imigrantes e Viana, todas no Espírito Santo.
O cronograma também não foi informado, assim como
as datas das audiências públicas, em que entidades e sociedade civil poderão
dar contribuições sobre o leilão. Sabe-se, porém, que em Minas Gerais haverá
sessões presenciais em Governador Valadares e Belo Horizonte. O período para
envio de contribuições, que pode ser feito pelo site, vai até as 18h do dia 2
de setembro.
Contestações
O movimento Nova 381, da Federação das Indústrias
do Estado de Minas Gerais (Fiemg) se prepara para fazer sugestões ao processo.
Uma delas, conforme o coordenador-geral da entidade, Luciano Araújo, é a
exigência de expertise em obras e manutenção de estradas para a vencedora do
certame, como era no passado.
“Temos
uma experiência negativa e não podemos esquecê-la. Quando foi feita a primeira
licitação da BR-381, uma empresa ganhou seis trechos e não fez nada. Devolveu
os trechos ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
Contratar uma empresa que não tenha capacidade de construção é um risco
absurdo. E nós temos que trabalhar para que isso não aconteça”, diz
Araújo.
Ele contesta, ainda, o valor do pedágio. “Para quem
vai a passeio uma vez por ano é barato. Mas para quem trabalha na região ou
freta carga de Minas para o Espírito Santo, por exemplo, o custo é alto. Nós
vamos comparecer às audiências públicas e vamos manifestar essas preocupações”,
pondera.
Já o presidente do Sindicato da Indústria da
Construção Pesada no Estado de Minas Gerais (Sicepot), Emir Cadar Filho,
discorda da exigência de atestado de qualificação técnica para operação de
rodovias. De acordo com ele, a mudança nas regras permite que novas empresas
entrem no mercado.
Nenhum comentário