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Seis meses após a tragédia de Brumadinho, familiares de vítimas promovem ato em prol dos mortos e desaparecidos na lama da Vale


Foram computados 248 mortos já identificados e, outros 22 permanecem desaparecidos ou não foram identificados.

Parentes de vítimas de Brumadinho fazem ato na cidade no dia em que a tragédia completa 6 meses. — Foto: Aline Aguiar/TV Globo

Familiares das vítimas do rompimento da barragem da Vale fazem um ato em Brumadinho nesta quinta-feira (25), dia em que a tragédia completa seis meses. Durante a homenagem, parentes fizeram um minuto de silêncio, soltaram balões brancos e colocaram jangadas no Rio Paraopeba, atingido pela lama, sinalizando cada um dos desaparecidos.

Desde 25 de janeiro, a cidade turística na Região Metropolitana de Belo Horizonte convive com o luto. Até o momento, 248 mortos pelo rompimento da barragem B1 já foram identificados e outras 22 pessoas continuam desaparecidas.

Iolanda de Oliveira da Silva, que perdeu na tragédia o filho, Robert Ruan, 19 anos, participou das homenagens. O rapaz era funcionário terceirizado na Mina do Feijão. Dois meses antes da tragédia, Iolanda tinha perdido o filho Richard, assassinado. Os dois eram irmãos gêmeos.

Iolanda de Oliveira da Silva perdeu o filho, Robert Ruan, 19 anos, na tragédia. — Foto: Thais Pimentel/G1 Minas


"Eu faço questão de vir aqui todo dia 25. Para cobrar por Justiça. A lama passou por tudo", disse Iolanda.

Cartazes e faixas estampam, na cidade, a frase “O lucro não vale a vida”. Uma programação de homenagens teve início às 8h30, organizada pelo Movimento de Atingidos por Barragens (MAB). Com apoio do Corpo de Bombeiros, 24 jangadas foram lançadas no Rio Paraopeba, junto com pétalas de rosas. Elas representam as 22 pessoas que ainda não foram identificadas, além de duas vítimas cujos familiares não consideram fragmentos como corpos.

Minuto de silêncio

Ao meio-dia, poemas foram lidos no ato. Vítimas que jogavam em times de futebol da cidade foram homenageadas. Às 12h28, horário em que a barragem se rompeu há seis meses (enquanto muitos funcionários da mineradora almoçavam), os familiares fizeram um minuto de silêncio, em meio a lágrimas.

Balões foram lançados ao céu em homenagem às vítimas da tragédia da Vale. — Foto: Thais Pimentel/G1 Minas

Michel Fernandes Guimarães participou do ato segurando uma bandeira do time de futebol Córrego do Feijão, em que o irmão dele, Reinaldo Fernandes Guimarães, de 31 anos, jogava. No dia do rompimento da barragem, Michel e o amigo Jeferson Ferreira dos Passos resgataram Alessandra de Souza e Talita Cristina de Souza, que deixou o hospital no dia 18 de julho.

Bombeiros lançaram jangadas no Rio Paraopeba em homenagem às vítimas do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho. — Foto: Thais Pimentel/G1 Pimentel


“Só aumenta o sofrimento, cada dia que passa, mais difícil fica. Quatro dias após o rompimento da barragem, encontraram meu irmão. Perdi minha sogra também. Está muito difícil pra gente, (a tragédia) acabou com a nossa vida", disse Michel Guimarães.

Cada família soltou um balão em memória dos entes perdidos. Como vem sendo feito todo dia 25, uma chamada foi realizada, com a leitura dos 270 nomes de vítimas no rompimento da barragem da Vale.



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