Você sabe o que significa a teoria do “Clube dos 27” no mundo da música?
A morte de diversos artistas aos 27 anos é uma coincidência tão estranha que chegou a ser motivo de estudo. Entenda
A morte de Morrison em 1971 contribuiu com uma lenda envolta por ares
macabros, o Clube dos 27. O termo foi cunhado como consequência das mortes de
grandes expoentes do rock (e da contracultura) dos anos 60 entre 1969 e 1971.
Todos faleceram aos 27 anos. Além de Morrison, Jimi Hendrix e
Janis Joplin também nos deixaram com essa idade, e, antes deles, Brian Jones,
dos Rolling Stones, e Robert Johnson, lenda do Blues americano
Décadas mais tarde,
outros grandes nomes da arte também honraram essa sinistra tradição, como os
músicos Kurt Cobain e Amy Winehouse e o artista Jean-Michel Basquiat.
Jim Morrison (1943-1971)
James Douglas Morrison, o Mr. Mojo Risin (um anagrama de Jim Morrison
utilizado pelo próprio artista), era o vocalista do The Doors. Sua voz
marcante, músicas profundas e as passagens de palavra declamada que fazia
durante as apresentações marcaram época - levando o cantor a ser considerado
como a própria personificação do espírito de contracultura que marcou os anos
60 nos Estados Unidos.
Após muitos anos
abusando álcool e drogas como o ácido lisérgico, Morrison foi encontrado morto
por sua namorada em seu apartamento em Paris. Como a lei francesa não exigia
autópsia na época, oficialmente sua causa mortis foi por insuficiência
cardíaca.
Janis Joplin (1943-1970)
Possivelmente o maior vocal
feminino da história do rock, Janis Lyn Joplin alcançou a fama depois de sua
performance com a banda Big Brother and the Holding Company, da qual era
vocalista, no Festival Pop de Monterey, Califórnia, em 1967. Após algum tempo,
deixou a banda para se dedicar à carreira solo, atingindo o ápice com a voz
forte e a presença elétrica de palco que lhes eram características. Janis
morreu em 1970 após uma overdose de heroína num hotel em Hollywood.
Jimi Hendrix (1942-1970)
James Marshall Hendrix (nascido Johnny Allen Hendrix) teve uma carreira
curta, com apenas quatro anos na grande mídia com sua banda, The Jimi Hendrix
Experience. Porém, nas palavras do próprio Hall da Fama do Rock and Roll, ele é
“discutivelmente um dos maiores instrumentistas da história”.
Assim como Joplin, Jimi
alcançou o status de lenda nos Estados Unidos após sua participação no Festival
Pop de Monterey, onde aconteceu o momento apoteótico de sua carreira: ao
término de sua apresentação, Hendrix ajoelhou-se e ateou fogo em sua guitarra
ainda sobre o palco. As fotos do momento estão entre as maiores da história do
Rock. Jimi Hendrix morreu asfixiado no próprio vômito após o uso de sedativos e
álcool.
Brian Jones (1942-1969)
Antes de Mick Jagger e Keith Richards, havia
Lewis Brian Hopkins Jones. O
músico (que, em mais uma dessa série de macabras coincidências, também morreu
em 3 de julho) foi o primeiro líder dos Rolling Stones, sendo, inclusive,
responsável pelo nome da banda.
Um virtuoso, Jones
tocava uma grande quantidade de instrumentos, e sua guitarra harmonizava
perfeitamente com a de Richards. Porém, a mudança de foco da banda para um
estilo mais focado nas composições de Jagger e Richards, a liderança de Jones
nos Stones foi se esvanecendo na mesma medida em que suas contribuições
musicais diminuíam, enquanto os problemas com as drogas aumentavam. O artista
morreu afogado na piscina de sua casa.
Robert Johnson (1911-1938)
Pouco se sabe sobre a vida e morte de Robert Leroy Johnson, uma lenda do
Blues, o que dá espaço a grande especulação e histórias fantasiosas e
mirabolantes acerca de sua vida e sua carreira, sendo, a mais famosa delas, a
vez em que ele supostamente fez um pacto com o diabo para
alavancar sua carreira.
Johnson foi
supostamente envenenado por um homem no Mississippi por ciúme - o astro teria
flertado com a sua mulher. Recentemente, a Netflix lançou um documentário sobre
a vida do músico chamado “O Diabo na Encruzilhada”.
Kurt Cobain (1967-1994)
Um dos maiores nomes da música nos anos 90, Kurt Donald Cobain foi
vocalista e fundador do Nirvana, em 1987. Suas músicas alternavam entre versos
quase sussurrados e refrãos gritados a plenos pulmões, com o instrumental
acompanhando essa dinâmica de ir de zero a cem.
As letras angustiadas
sobre niilismo e religiosidade tornaram Kurt “a voz de sua geração”. A
banda se mostrava a frente de seu tempo, sendo os maiores precursores do grunge
no começo dos anos 90, e muito desse pioneirismo se dava pelo cantor, que
frequentemente fazia declarações e participava de shows em apoio a causas LGBT,
condenava o sexismo e o racismo e era publicamente pró-aborto. Kurt Cobain se
suicidou com um tiro na cabeça em 1994. Segundo a mídia, e ele nunca soube
lidar com tais rótulos e exposição.
Amy Winehouse (1983-2011)
A voz poderosa de Amy Jade Winehouse fez dela uma cantora renomada desde
seu primeiro álbum em 2003, com apenas 20 anos. Amy ganhou diversos prêmios e
honrarias com seu estilo soul e sua voz grave em uma carreira curta e
meteórica.
A cantora é a única
mulher britânica a ganhar cinco Grammys, um recorde oficial no Guinness. Os problemas
com as drogas e o álcool, recorrentes e públicos (um dos seus maiores sucessos,
Rehab, é literalmente sobre não querer ir para a clínica de reabilitação)
acabaram por ser a ruína de Amy. Após um tempo de abstinência, uma bebedeira
desenfreada se mostrou fatal para a cantora, que se juntou ao infame clube dos
27 em 2011.
Nenhum comentário